quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Viagem a 2016, que voo. Muito bom!


A maratona do ponto de vista de um atleta de baixa competição!
Com algumas provas na agenda, estava longe de imaginar o que vou "tentar" resumir a seguir.
O ano começa com a maratona de Paris no horizonte, foi quase uma obsessão. Queria que fosse perfeito, andava a arranjar lenha para me queimar...
Primeira prova "oficial" do ano foi a 1a Escalada ao Alto do Malhão, na companhia do Zé Gonçalo. Quem ganhou no Alto do Malhão, não foi o Alberto Contador, foi o Zuca. Foi muito bom!
Treino de séries, em piso não aconselhável, traz uma lesão a um joelho. Quinze longos dias sem um único treino. Para mim a torre Eiffel estava como a torre de Pisa, muito inclinada!
Após alguns treinos decentes, aparece a meia-maratona da Ponte 25 de Abril a dar alento à preparação de Paris. Não levei um, levei dois Eduardos Lobo para ajudar ao objectivo. Finalmente cumpria a promessa de tirar uma hora à primeira meia-maratona. Foi muito bom!
Chego a Paris com elevado desgaste anímico (quem é que te manda criar pressão?). Foram 42kms no limite do esforço, apesar de não ser a mais difícil, nunca acabei uma prova tão esgotado, consegui mesmo dar tudo. Foi muito bom!
Qual o melhor sítio para recuperar de tremendo desgaste?
Canedo, Santa Maria de Lamas!
Trilhos do Perneta III, fui conhecer mais alguns membros dessa enorme família que é o CAL. Foi muito bom!
Os Trilhos do Perneta, vão ter este ano a sua primeira edição oficial, a coisa promete!
A primeira prova oficial de trail, Trilhos de Mértola.
Foi uma experiência como deve ser, num sitio muito agradável e pessoal cinco estrelas. Prova em ritmo de aprendizagem, sem stress. Foi muito bom!
Mértola foi a antecâmara para os 70kms de trilhos que me esperavam nos Açores.
Para lá da prova, que foi qualquer coisa, conheci pessoas espectaculares, o Jerome, a Monique, o Sr Américo, o Diogo, a Patricia, e a menina da resistência, Carla André. Deu para desanuviar de Paris. Foi muito bom!
Depois da merecida pausa, que faço em Junho, iria voltar às corridas pela porta do Trail mais quente do ano. Ultra Trilhos Rocha da Pena.
Com parte do CAL a participar, Nuno, Joel, Sérgio, Jorge (malta Top), não podia dizer não.
50 Kms de prova sem grandes treinos prévios, só podia ser para desfrutar, assim foi. Foi muito bom!
Trail Nocturno de Santa Clara a Nova, gostei bastante do conceito, acho que tem tudo para fazer o seu caminho. Mais do que a preocupação competitiva, deve ser direccionado para a vertente "participativa".
Na companhia do filhote. Foi muito bom!
Começa a operação Porto 2016, tinha umas contas a ajustar com a sua irmã mais nova, a mais dura de todas, maratona do Porto 2015.
Entretanto dei a entrevista de uma vida, com os melhores jornalistas do mundo. Ficou uma coisa ou outra por responder, quem sabe numa nova oportunidade. Mas que foi sério e profundo, ninguém o pode negar. Foi muito, muito bom!
Custou-me tanto descer daquele pódio Carlos Cardoso. Raios te partam a ti e à tua estratégia. Foram dores sentidas até ao tutano!!!
O Clubeatletismo Atletismo de Lamas no seu melhor, tal como se previa, o CAL espalhou magia em Vale de Cambra nas 24 horas a correr. Foi muito bom!
Sem grande tempo para treinar aos fins de semana, estava a faltar qualquer coisa para espevitar a preparação.
Como é óbvio aparece mais uma ponte a "vitaminar" o atleta. Ponte Vasco da Gama.
Com mais quatro companheiros de aventura, Susana Fialho, Susana Palma, Zé Gonçalo, Luis Mestre, ganhei velocidade para chegar ao Porto. Custou pra caraças manter aquele ritmo, naquela altura da preparação. Foi muito bom!
Um ano depois estava de volta, maratona do Porto 2016.
Preparação deficiente em treinos, mas sem lesões. Estava com dúvidas sobre o ritmo a entrar na prova. Decidi cinco minutos antes. Abordagem "às cegas", ia ser por sensações. Nunca tinha experimentado tal.
Relógio GPS só para registar o voo, mas com "proibição" de consulta.
Já disse, mas tenho que voltar a repetir, a sensação de ver aquele pórtico final com o tempo, foi indescritível. Foi muito bom!
Não, ainda não acabou!!!
Passo ao lado das provas algarvias de fim de época, e vou a uma prova já há algum tempo agendada. Meia-maratona dos Descobrimentos em Lisboa.
O desejo secreto era lutar contra o recorde pessoal da distância. Vento e chuva na ementa... Teria que ficar para outra altura, pensei antes!
Tocou o sinal de partida e esqueci completamente o que tinha pensado. Ainda bem que me esqueci, e ainda bem que saiu recorde pessoal...
Tenho sublinhar mais uma vez, que luxo de staff, Jerome Esteves e Ricardo Neves. Foi muito bom!
Não acabou o ano sem ir "respirar" trail. Trail Entre Muralhas de Castro Marim.
Nem uma taquicardia me impediu de gostar do evento e respectiva envolvência. Foi muito bom!
O oxigénio que trouxe do trail fui gastá-lo à praia da Bola Nivea.
Última prova competitiva do ano, São Silvestre de Quarteira.
Não faço treinos para esta distância, por isso é corrida Red Line na acepção da palavra. Levo os pulmões sabe-se lá onde!
A intenção era entrar no minuto 35, não consegui (36:02), fiquei a três segundos do objectivo. Embora seja de forma oficiosa, registo Garmin. Na prova "real" tivemos que correr mais 350 metros (10.350m). Foi muito bom!
Deixar só três tempos de referência para 2017.
Maratona, 2h 50m 04s
Meia-maratona, 1h 19m 24s
10 kms 36.02
São estes e somente estes tempos, os meus adversários. O restante pessoal das corridas, são companheiros de luta, companheiros de aventura!
Ainda não acabou o ano, e dia 31 de Dezembro irá ter lugar a primeira São Silvestre A-do-Neves. O objectivo é fazer da prova uma festa. Mas dessa prova falarei mais tarde.
Peço desculpa pela extensão da reflexão, tentei ser o mais sucinto possível.
Deixar um agradecimento a todos os que se sentem envolvidos nestes episódios. Muito obrigado!
Deixar aqui o desejo de um extraordinário 2017, que corra tudo pelo melhor. Vai correr!
Agora tenho que confessar, escrever estas linhas...
Foi muito, muito bom. Mesmo!
Boas corridas!







domingo, 18 de dezembro de 2016

4º Trail Urbano de Castro Marim

A maratona do Ponto de vista de um atleta de baixa competição!
4º trail de Castro Marim.
O maratonista de baixa competição foi ao trail.
Uma operação conjunta deste Calense com a malta dos "Alentejanos Voadores", que tem a equipa muito  desfalcada por lesões. O tempo não pára, não demora estão de volta mais fortes do que antes.
Apesar de não poder correr a Susana Fialho (Susana, que desculpas, ainda tens o outro joelho em forma!!!), acabou por participar como apoiante. A Susana Palma não marcou presença, mas não parámos de falar da rapariga... não vieste comer os bombons, mais sobrou... Vou fazer chega-los à tua pessoa!!!
A prova correu bem, com a visita de uma taquicardia, desde a maratona de Lisboa 2013, que não acontecia em prova. Tive ali 5 minutos a falar com o coração, foi uma conversa agradável.
Por um lado, fiquei contente, às vezes nem sei se tou equipado com essa máquina...
Achei a prova muito boa a todos os níveis, percurso, staff, paisagens, e bom espírito de camaradagem do pessoal participante.
A taquicardia, tirou um pouco o espírito competitivo da coisa, aproveitei para desfrutar.
Cinco estrelas, para o ano estarei de volta.
O Zé, a participar com o extraordinário espírito que o caracteriza. Super boa onda, contagiante. Grande abraço Zuca!
Tivemos foi alguma dificuldade com as minis no final, eu o Zé, e a Susana repetimos algumas vezes a primeira mini, aquelas que chegavam eram as primeiras daquela vez, e tivemos ali a repetir...
Boas corridas!

domingo, 4 de dezembro de 2016

Meia-maratona dos descobrimentos 2016

A maratona do ponto de vista de um atleta de baixa competição!
Então e não é que caiu o recorde da meia-maratona, aquela treta da tal hora a menos já era...
Numa manhã de temporal  ter estes dois amigos da fotografia na chegada não é pra todos.
Jerome Esteves o meu irmão de acolhimento no trail dos Açores, e Ricardo Neves, nem mais nem menos o companheiro da primeira maratona deste atleta. Para lá disso padrinho da minha filhota.
Não fazem ideia da diferença que isso faz ao chegar... faz muita diferença!
O temporal foi simplesmente um pormenor!
O Jerome foi um dos culpados desta participação, era uma oportunidade de partilharmos um almoço e umas (belas) histórias. Confirmou-se, partilhas como deve ser, o Jerome está em grande forma!!!
Com o Ricardo temos sempre oportunidade de convívio, dado ao facto de termos residências na mesma localidade!
A participação nesta meia-maratona teve o seu início logo após a meia-maratona da ponte Vasco da Gama. Parte do grupo iria correr mais estes 21kms em Lisboa!
Ficou alinhavado com a Susana Fialho e a Susana Palma esta visita à capital em Dezembro. O Zé e o Luis manifestaram desde logo indisponibilidade. Tinham sítios para ir, coisas para fazer...
O azar bateu à porta das raparigas. Duas lesões nos joelhos, alteraram completamente esse panorama. Sabe-se agora que a lesão da Susana Palma não tem tanta gravidade (felizmente), já a Susana Fialho tem um diagnóstico mais complicado pela frente. É altura de cerrar os dentes e voltar mais forte. A moça tem fibra para isso!
Também por isso decidi manter a participação, uso um lema no seio do Clube Atletismo de Lamas, que se adequa aqui na perfeição. Quando um corre... corremos todos!
O desejo que seja o mais curta e indolor possível essa recuperação!
Deixar aqui mais um forte abraço ao Jerome e ao Ricardo, foi um staff cinco estrelas.
E garanto o "Jerome Esteves"  não faz staff a qualquer pessoa, garanto mesmo!!!
Boas corridas!



domingo, 13 de novembro de 2016

Maratona do Porto 2016. Uma espécie de guloseimas!

A maratona do ponto de vista de um atleta de baixa competição!
A sétima vai ser inesquecível, foi uma espécie de tirar guloseimas às cegas e tirarmos o melhor bombom do pote!
Vou já aplicar um termo científico, para puxar para cima o nível desta reflexão.
A maratona do Porto teve, início, meio e fim!
Chegar a esta frase foi preciso muita investigação, dedicação, abnegação e mais palavras terminadas em "ão" que agora não me apetece escrever!
Mas vá, vamos lá situar a coisa.

O início!

O início, como é hábito, tem como parte principal a decisão de participar. Apesar da experiência, encaro sempre com bastante seriedade. Não é decisão para ser tomada de ânimo leve, pelo menos é a minha opinião!
Gosto de o partilhar essa decisão publicamente, no Facebook , como que a pôr mais compromisso no processo.
Ao longo da preparação vamos sempre sendo questionados por pessoal das corridas e não só, como é que está a correr, e isso aumenta a pressão. Eu prefiro correr com a pressão em alta, traz adrenalina à coisa!
Uma vez disse à mesa de um restaurante que tirava uma hora à primeira meia-maratona, não sei se foi criar pressão, se foi imbecilidade. Às vezes confundo estas duas palavras... mas vá, correu bem!
Não vou caracterizar a cidade em si, já o tinha feito o ano passado. Acho que a cidade do Porto continua a acelerar no melhor dos sentidos, a cidade respira dinâmica, respira saúde. Parece-me uma evolução positiva e sustentada!

O meio!

O meio da maratona é a parte do plano de treinos e todas as incidências que vão aparecendo entretanto.
Tinha feito um pedido, que não aparecessem lesões, felizmente aconteceu. Não haver lesões é meio caminho andado para correr bem!
Esta preparação teve a particularidade de ter pouca disponibilidade aos fins de semana, disponibilidade para os habituais treinos longos. Mas tenho a declarar, os que tive disponíveis foram bem aproveitados!
Fui um fim de semana a Vale de Cambra, e despachei logo três longos de 28 Kms. Já ouviram falar de aproveitar o tempo? Foi isso e foi um empeno do caraças, mas valeu tanto o empeno, ai se não valeu!
Outro bem aproveitado foi o tal da vitamina P.
As pontes a dar a sua ajuda, eu não estava minimamente preparado para andar naquele ritmo, à altura da meia-maratona da Ponte Vasco da Gama!
Como é que aconteceu? Pois não sei! Nem tudo tem que ter explicação lógica, aconteceu!
Sei que duma assentada concentrei ali uma remessa de treinos técnicos e  de velocidade, continuava a optimização do plano!
Tentei fazer dois longos em Évora em dois fins de semana diferentes, tinha tempo para isso. Num fiz 6 Kms, e no outro 8kms, como cheguei a dizer, "Enormes longos de 8kms"!
Um deles teve duas horas de duração, e mesas de esplanada na Praça do Giraldo incluídas. Não há condições para treinar em certos sítios!!!
Mas o oxigénio que se respira na cidade em que a terça-feira é o "dia do porco", é de extrema qualidade, Évora tem uma aura muito positiva!

O fim!

O fim é a parte final (dá para acreditar que escrevi isto?!)!
Faltavam cinco minutos para o início da prova, quando decidi mudar a abordagem à "besta".
"Não vai ser por relógio, vai ser às cegas", era a decisão, ia ser por sensações!
Tinham passado uns cinco ou seis Kms e já estava formado o "grupo" de companhia de aventura. Sem um único português, dois espanhóis, dois ingleses e um algarvio/alentejano, fizemos juntos mais de 30 Kms!
Logo no início da junção um dos elementos espanhóis para mim.
- " non es permitido cascos!"
Pensei, o que eu tinha agora falta era de um espanhol a chamar-me cavalo!!!
Como???
Ele apontava para os ouvidos, era os fones... cascos=fones... (ao nível competitivo não é permitido, acho)!
A minha resposta.
"Música es vida"!
Ele levantou o polegar afirmativamente, afinal tinha companheiro de viagem!!!
Por volta do km 15/16 nova surpresa, o nosso "grupo" apanhou um grupo de quatro atletas que estavam pelas ruas do Porto em treino. Como o ritmo de treino era igual ao nosso, acabámos por se misturar na corrida!
Vou olhar para a rapariga que ia do meu lado direito, ...... a sério....a sério!!!
Eu.
-Mas o que é que a menina faz aqui???
-Um treininho...
Simplesmente a rapariga que ficou em quarto lugar na maratona de Nova Iorque em 2015.
É verdade, fiz mais ou menos 4 Kms ao lado da enorme Sara Moreira...
felizmente fomos apanhados numa foto. Nada melhor para ilustrar!
Já tinha acontecido com a Dulce Felix em Quarteira, falta a Jessica Augusto para completar o trio maravilha da actualidade maratonista!
Pois a corrida amadora tem destas coisas, episódios para mais tarde recordar!

Eram para aí umas 11:50 da manhã do dia 6 de Novembro de 2016, quando cheguei a uma recta da meta, com o merecido tapete vermelho por baixo.
Eu tenho o hábito de correr sem o tempo geral de corrida no ecrã do relógio até ao fim, assim que vi o pórtico com o tempo fiquei extasiado, aquela sensação..., nunca tinha experenciado nada parecido. Foi indescritível!!!
Tinha imenso para destacar e agradecer, mas vou faze-lo apenas de forma geral. Já vai longa a reflexão!
Uma palavra de agradecimento ao CAL, temos um grupo extraordinário, somos as muletas uns dos outros. O facto de já não irmos para novos também explica muita muleta... ou será perneta!
Mais de perto na experiência, o Carlos, o Felipe, o Nuno Silva e o Jorge.
Deixámos a pele no asfalto, mas o que se recebe de volta compensa. Muito! (eu falo por mim, o meu contrato tem muitos zeros)
Um abraço para o Filipe Fontes, o homem é contagiante pela boa disposição e disponibilidade. Até cansa só de ver!
O Carlos Cardoso tem a mania que eu não tenho que ter trabalho nenhum, e simplesmente faz-me a papinha toda. O rapaz é o verdadeiro culpado de eu ter encontrado esta família a norte, para lá de colega de clube, é aquele amigo cinco estrelas. Forte abraço Carlos e muito obrigado por tudo!
Quando fui abrir a mão para ver qual era a guloseima que me tinha calhado, não havia dúvidas. Tinha sido um Lindt, o meu bombom preferido!
A corrida compensa, mesmo!!!
Boas corridas!







domingo, 2 de outubro de 2016

Vitamina P!

A maratona do ponto de vista de um atleta de baixa competição!
Vitamina P!
P de ponte!
Não fui pesquisar, não sei se existe e não estou muito preocupado!
As pontes foram o início das corridas e em meias-maratonas são realmente uma vitamina extraordinária para o resto das corridas ao longo do ano!
Sempre com o meu filhote nestas andanças das pontes. Com ele presente é logo outra coisa!
Hoje foi inteiramente dedicada ao meu irmão, Eduardo Lobo que não participou (foi por bons motivos)!
O homem não falhava uma ponte desde o nosso início das corridas!
Uma palavra para o grande amigo e grande campeão Jorge Aires. Tinha expectativa de me encontrar com ele, vá o moço tinha que esperar um pouco no fim, não estou habilitado a certos e determinados voos!
Por motivos profissionais não pode vir, não faltarão oportunidades! Grande Jorge!
Dois iniciantes nas meias-maratonas, o Luís Mestre e a Susana Palma a fazerem uma óptima estreia. Acabaram como deve ser, dentro dos tempos propostos e com enormíssima dignidade!
A Susana Fialho sem um treino de jeito na preparação a acabar como se não se tivesse passado nada.
"Tragam dois tendões novos e faço outra de seguida". Ambiciosa a moça!!!
O Zé Gonçalo... o Zé Gonçalo foi o Zé Gonçalo!!!
Super boa disposição à flor da pele, sempre a somar. Ganda Zé!
Para o Clube Atletismo de Lamas não ficar chateado comigo tenho que confessar. Não há fotografias de minis, mas aconteceu, várias vezes.
Isto é tudo malta com espírito Calense!
A corrida amadora tem destas coisas, junta grupos fortíssimos!
Foi mais do mesmo, muito, muito bom!
Recebi um telefonema a meio da prova, eram as 24 horas a correr de Vale de Cambra!
Não era dia de atender telefonemas do Norte. As pernas não queriam grandes conversas!
Boas corridas!
O pós corrida!
 Susana Fialho
 Susana Palma
 Zé Gonçalo
Luis Mestre


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

24 horas a correr! Não há almoços grátis!

A maratona do ponto de vista de um atleta de baixa competição!
 24 horas a correr?!
Não há almoços grátis!!!
Era a repetição em Vale de Cambra, só que em moldes diferentes, desta vez o esforço das 24 horas a correr ia ser dividido por quatro. Era no fundo trabalho de equipa. O CAL estava no terreno!
Ainda a operação 24 horas mal tinha começado e já havia confusão.
É certo que o sotaque deste alentejano ainda está a fazer o seu caminho a norte, mas confundir a palavra "mini", com meia de leite!!!
"Peço desculpa, mas este atleta não consome leitinho, venha de lá essa mini para acompanhar a sandes"!
Vou explicar de onde vem esta tradição.
Na minha primeira meia-maratona Lisboa 2011, na paragem para reforço alimentar na área de serviço da auto estrada, degustei uma sandes acompanhado de uma cerveja, nem sei bem porquê.
Como essa meia-maratona correu muito bem, 2h:19m:38s, ao ritmo de 6m:40s ao km, nunca mais deixei cair a tradição. Pronto tá explicado!
Mal tínhamos chegado ao parque de Vale de Cambra, para os últimos preparos antes da prova, e havia uma preocupação generalizada no grupo.
" Épa, temos que ir buscar gelo, temos que tratar disso já"!
É normal, ia ser uma prova dura, iam aparecer pequenas lesões musculares, pequenas entorses, etc, etc. O gelo é terapêutico nestes casos e tal...
Não, não era essa a preocupação... era gelo para refrescar as minis. Isto é um clube como deve ser, preocupações com coisas sérias!!!
Ficou provado que não somos grande coisa a armar tendas, somos de longe muito melhores a dar barraca!!!
Com a excepção do Américo, é claro. O Américo é tester na empresa LEGO, não digam a ninguém, porque pouca gente sabe, nem ele mesmo!!! Grande Américo!
Tenda armada, umas minis no bucho, o que é que o atleta vai fazer?
Apanha boleia de alguma malta do grupo, alguns já com turnos de corrida feitos, e vai almoçar à "cantina".
"Quero uma sandes de atum, uma sopa, um copo de água, um copo de vinho, uma pêra e um café se faz favor!"
No lugar do copo de vinho tinto, trazem-me um copo com baba de camelo!!!
Tá bonito, nã, nã tá!
Confusões desfeitas e o primeiro almoço grátis, já cá estava!
Nunca tinha visto disto, já havia 6 horas de corrida e eu só comer e beber! Sim senhor!
Depois das primeiras duas horas de corrida (finalmente), toca a ir beber uma mini com o pessoal, um banho de água que não estava muito quente, estava novamente na hora!
Na hora de quê?
Na hora de ir almoçar!
Neste segundo almoço optei por uma sandes de atum, uma sopa, um copo de água, um copo de vinho tinto, uma pêra e um café. Gosto de variar a alimentação!
(Tenho que dizer que nós na tenda do CAL tínhamos comida para dar e vender, eu é que gosto de "almoços grátis")!
Depois deste almoço, passo um pouco pelas brasas, faço mais um turno de corrida, bebe-se mais uma mini com o pessoal, um banho de água que estava ainda menos quente e estava novamente na hora.
De almoço, do que havia de ser?!
5:08 da manhã!
Desta vez é que variei, uma sandes de atum, uma sopa, um copo de água, um copo de vinho tinto, uma pêra e um café!
Cada almoço estava a ficar por pouco mais de 27 Kms, "paguei" pelas três refeições 83 Kms, eu bem disse no início que não há almoços grátis!!!
Nos intervalos destes almoços, tínhamos que descansar, tentar manter a sanidade mental (com o mister a não deixar "cair" ninguém, Ganda Bruno) e fazer um esforço para não rir muito, tenho que confessar, esta última parte com o espírito de grupo que existe não é fácil!!!
Agora um pouco a sério.
É um enorme orgulho fazer parte deste clube.
O modo de estar Calense não se fecha sobre si próprio, é um orgulho ainda maior ouvir o que os outros grupos de corrida dizem do nosso comportamento no mundo da corrida amadora.
Não tem  nada a ver com desempenhos desportivos, essencialmente pela forma de estar, a parte humana da coisa!
Temos um grupo fortíssimo!
Foi uma óptima opção a participação por equipas, o Carlos acabou por ser o homem da estratégia, foi o elo de ligação de todo o grupo. Conseguiu passar muito bem a mensagem, o resto foi sermos nós próprios!
Um destaque para o pessoal com menos rotina em distâncias longas, que não se deixaram intimidar e carregaram kms como se não houvesse amanhã. Muitos parabéns por isso!
Não falhou rigorosamente nada ao nível da preparação e logística da prova.
Deixar uma palavra de agradecimento a todos, eu como chego mais à hora, tenho a papinha toda feita, muito obrigado por tudo!
Tive direito a festa surpresa de aniversário e tudo. Sim, este ano fiz anos dia 18 de Setembro, para o ano ainda não sei bem o dia. Logo se vê!
Mas como diz o ditado, vamos lá perceber porque é que "Não há almoços grátis"!
Deram realmente três almoços ao pessoal pelas seis horas de corrida, não foi mau, só que consumir três almoços em 24 horas deixam muitas dores no esqueleto. Ou foi dos almoços, ou foi da corrida, quem é que sabe?!
Enfim, foi o preço a pagar!!!
Vou deixar aqui um pedido, e acho que falo em nome de muitos atletas!
Para as pessoas que constroem estações de metro, para as pessoas que constroem aeroportos, para as pessoas que constroem o pódio, deixem lá isso dos degraus, se faz favor... deixem lá  isso!
O pessoal a seguir a determinadas provas, só quer o mundo um pouco mais plano, um mundo mais plano... só isso...!!!
Boas corridas!