quarta-feira, 27 de maio de 2020

Michael Jordan, The Last Dance. O post improvável, ou não...



“O blogue é meu e escrevo sobre o que quiser!!!” 

Parecem aquelas citações de miúdos, na escola primária, onde levávamos as mãos às orelhas, língua de fora e… Pfffffff. Hoje não seria possível, gotículas a mais na atmosfera…

No final dos anos oitenta, uma reportagem que vi sobre a NBA, um concurso de afundanços, fez com que ficasse imediatamente fã de Michael Jordan. Afinal não era só o Super Homem que voava no cinema (filmes tão ruinzinhos). Havia um ser humano (será?!), que o fazia na vida real, jogava basquetebol pelos Chicago Bulls.

Os canais de informação da altura eram muito limitados. Tínhamos um canal e meio de televisão e pouco mais. A RTP 2, só funcionava metade do dia. Não era fácil acompanhar eventos, e ainda mais difícil eventos desportivos internacionais como a NBA.

Às sextas-feiras de madrugada assistia religiosamente aos jogos na RTP 2, superiormente comentados pelo Prof. João Coutinho e Carlos Barroca. Chegavam a acabar às 4, 5 da manhã. Depois era no Desporto da 2, que se conseguia ver um resumo alargado de todas as equipas, mais tarde o NBA Action.

Na altura, dominavam os Lakers de Magic Jonhson, antes tinham sido os Celtics de Larry Bird. Os Detroit Pistons, de Dennis Rodman e Isaiah Thomas, tiveram  o domínio intermédio até à década de sonho dos Chicago Bulls. Fui assistindo às vitórias de campeonatos dos Lakers e Pistons, mas eu era fã dos Bulls. Ou seria de Michael Jordan?!

Muitas são as personalidades que se destacam nas diversas áreas. Personalidades que aprendemos a admirar ao longo dos tempos. Vou deixar alguns exemplos apenas no que ao desporto diz respeito. São destaques pessoais. Uns pela proximidade territorial, e outros porque ganharam aquele estatuto. “É Deus no céu e blá blá blá,  na terra”. A ordem é aleatória.
Carlos Lopes, Rosa Mota, Fernanda Ribeiro, Nélson Évora, Paula Radcliffe, Serguei Bubka, Kenenisa Bekele, Eliud Kipchoge, Usain Bolt, Ayrton Senna, Michael Schumacher, Michael Phelps, Lance Armstrong, Djokovic, Leo Messi, Maradona. Podia julgar um ou outro? Podia! Mas eu não sou juiz… Tudo individualidades que acompanhei ou acompanho com o máximo de atenção e o máximo de admiração. Então e Michael Jordan? Michael Jordan pertence a outro campeonato…

The Last Dance, o documentário

Está disponível em exclusivo na Netflix. Dez episódios de cinquenta minutos. Para fãs dos Bulls e Michael Jordan, vale cada minuto. Para quem não for fã, vale por cada minuto também. Vou deixar só uma pequena passagem. À época a Nike era uma empresa de “bairro" comparada com a Adidas e a Reebok. Conseguiram convencer Michael Jordan a assinar contrato. Nasceram aí as “Air Jordan"… A partir desse dia o resto é história. Acho que não há números para descrever a multiplicação de milhões de dólares…

Assisti ao documentário com algum receio. Tinha medo que o culto que eu tinha vivido e alimentado sofresse algum revés. Só que foi o contrário. Finalmente consegui fazer as pazes com o Luis Lobo dos 13 anos. 13 e seguintes… Quantas vezes me questionei. “Eu não estou bom da cabeça… 4 da manhã acordado a ver um jogo da NBA, em que nem está nenhuma das equipas de topo a jogar…”. Sim porque só passava um jogo por semana. De quando em vez lá saía o jackpot, Chicago Bulls… O documentário provou que afinal tinha razão para pensar o que pensava. Mostrou toda a outra parte para lá das jogadas fantásticas e dos títulos. Mostrou os defeitos. Mostrou a fragilidade. Mostrou as quezílias. Mostrou tudo o que faltava mostrar. Não, não vou escrever, mostrou o lado humano… Agora ainda ficou mais provado que o homem não faz parte dos comuns mortais.
Os estilhaços que o documentário provocou, e continua a provocar, só vieram engrandecer o “Black Jesus” ( era a sua alcunha na altura). Estou contente por ter valido a pena, gravar jogos dos Bulls em VHS, para ver e rever, até que tivesse que gravar outro por cima. O dinheiro não era elástico. No fundo estou mesmo contente, como já disse, de ter feito as pazes com o que dava importância há alguns anos. Afinal o miúdo Luis tinha razão. Afinal na adolescência nem tudo é sinónimo de “parvidade”. Afinal estava a ver HISTÓRIA a acontecer em direto.

Vou fazer um parêntesis 

As questões de admiração não tem a ver com nada mal resolvido. Eu nunca quis se jogador de basquetebol, futebolista, piloto de automobilismo, corredor, tenista, etc, etc. A única disciplina de desporto que tinha bons desempenhos em tenra idade, era nos corta matos escolares e distritais. Só que isso implicava correr. Sempre achei que correr era uma coisa que cansava muito…

Michael Jordan 23

Houve equipas adversárias a suprimirem o número 23 das suas fileiras, por não acharem haver ninguém digno de envergar o número mítico. O respeito que ganhou dos adversários mostra bem o que representava. 
Dizem alguns entendidos atualmente que foi a personalidade desportiva mais importante de sempre. A que gerou maior impacto a nível mundial. De reparar que na altura não havia Facebook, Instagram, Twitter, YouTube… Pessoal, não havia internet… Dá para acreditar?! 

Curiosidades 

Estava em São Brás de Alportel, quando recebi a notícia de que o Eduardo ia nascer. Passa-nos um turbilhão de coisas pela cabeça. Mas na viagem até ao Hospital de Beja veio-me à ideia. Hoje é dia 23 de Abril. Ele vai nascer no “dia” de Michael Jordan… E nasceu mesmo!!! 
Já com a Bárbara, lembro-me de ir dia 20 de Janeiro à noite a caminho do Hospital de Faro, e dizer à Sandra. A menina não pode nascer agora, temos que esperar até ao dia 23… Não pode… Nasceu dia 21… 
(Há um parágrafo desta história que pode não ter sido bem assim…)
Mas culpo-me de não me ter lembrado de dizer isso, só para a brincadeira!!!

Acho deixei mais ou menos explicado o ponto de vista deste atleta de baixa competição. Sinto-me mais descansado.

Na adolescência adaptei aquela cena de Deus no céu,… e blá blá blá na terra. A minha versão era.

“É Jordan no “Air" e todos os outros no chão”.


Boas corridas.




2 comentários:

  1. Espéctaculo de texto Luis. Vou ver se é hoje que começo a ver a serie … já ando há uns dias para começar, mas não tem havido aquele tempo. Eu por acaso era mais Magic Johnson mas é lógico que o Michael Jordan é de outro nível, aliás, concordo … é de um nível só dele.
    Grande Abraço

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  2. Boas Carlos.
    Eu gostava muito de Magic Jonhson. E fiquei ainda a gostar mais depois do documentário. Ele aparece várias vezes a falar ao longo dos dez episódios. O respeito e admiração que existe entre os dois, é avassalador!!!
    Põe lá isso em dia, logo me dizes.
    Forte abraço Carlos!

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