A maratona do ponto de vista de um atleta de baixa competição!
Eis que está praticamente arrumada a 3ª São Silvestre A-do-Neves. Podia ter corrido melhor? Podia! Isso não quer dizer que não tenha corrido muito, muito bem.
A 2ª edição tinha deixado a bitola um pouco alta, com o destaque à cabeça da participação de muita gente, inclusive de meia centena (!!!) de familiares do norte.
Cedo percebemos o aumento em relação ao ano anterior, face às muitas pessoas a perguntar muitos meses antes, se iria haver prova , e se seria dentro dos mesmos moldes. Fomos dizendo que em princípio haveria. Carecia da confirmação das principais entidades do concelho, da Câmara Municipal de Almodôvar, e no nosso caso da Junta de Freguesia do Rosário. Da minha parte havia disponibilidade para ficar à frente da organização, com o meu irmão no braço direito e esquerdo. (Grande trabalho do Bruno durante a tarde da prova, irrepreensível...)
Cedo percebemos o aumento em relação ao ano anterior, face às muitas pessoas a perguntar muitos meses antes, se iria haver prova , e se seria dentro dos mesmos moldes. Fomos dizendo que em princípio haveria. Carecia da confirmação das principais entidades do concelho, da Câmara Municipal de Almodôvar, e no nosso caso da Junta de Freguesia do Rosário. Da minha parte havia disponibilidade para ficar à frente da organização, com o meu irmão no braço direito e esquerdo. (Grande trabalho do Bruno durante a tarde da prova, irrepreensível...)
E é agora aqui que vou fazer dois parêntesis.
(Uma das motivações de criar o blogue, para lá de estar farto de aturar o Carlos a chagar-me a cabeça, foi deixar para memória futura, para os meus filhos, se assim o entenderem, ir consultar um pouco da história do pai. E a São Silvestre A-do-Neves veio dar-me a possibilidade de lhes explicar o que eu fazia quando era mais novo, de uma forma mais “visual". Muito antes das corridas.)
(A sala onde se faz hoje o convívio da São Silvestre A-do-Neves, foi feita de raiz pela associação do Centro Cultural e Recreativo de A-do-Neves. Numa primeira fase com o meu irmão a presidir, e eu ao lado dele, numa segunda, comigo na presidência e ele ao meu lado. Durante esse tempo tivemos a ajuda das entidades municipais, e de dezenas de amigos a trabalhar connosco voluntariamente, com muito, muito empenho. Fizemos festas de Verão, bailes, quermesses, torneios, etc, etc… O nosso ganho? Acho que está à vista! Uma sala não muito grande, mas muito bem arrumada. E está ao serviço da comunidade, de borla, é só usufruir.)
Eu fiz estes dois parêntesis para poder agora deixar aqui a resposta, às muitas perguntas que me fizeram este ano durante a prova. Porquê, porquê???
Todos sabemos o que é o estado social na sua essência, embora nem sempre o vejamos na sua plenitude, muitas vezes, muito “insocial”.
Eu entendo que também devem de existir “pessoas sociais”. Se temos capacidade, temos que a utilizar em prol dos que são menos capacitados, ou por circunstância da faixa etária. É bonito de dizer que as crianças são o melhor do mundo, que os idosos são a nossa história, e depois ficarmos no cadeirão individual e capitalista do dia a dia. Eu nasci no associativismo. Na escola liderei a associação de estudantes (adorava as reuniões do conselho pedagógico, vá, só me deixavam ficar durante a explicação do plano de atividades… Tá mal!!!), continuei cá fora conforme relatado anteriormente. A São Silvestre A-do-Neves, foi só uma continuação. Mas que fica mais fácil explicar aos meus filhos o meu passado, lá isso fica. Depois de ver as caras de satisfação nos rostos dos participantes, acho que está respondido à questão… Mas porquê??? Bebés, infantis, pré-adolescentes, adolescentes, adultos, idosos, até tivemos pessoal do Algarve…
Depois deste contexto histórico, convém não esquecer de que foi um dia inesquecível. A A-do-Neves nunca mais vai sair do mapa. As pessoas da terra, da freguesia, do concelho, ficaram orgulhosas de serem quem são, esse é o meu lucro. Se tivermos essa abertura todos ficamos a ganhar. Pessoalmente, tanto bebo descansado uma cerveja em Amsterdão, com os meus filhos, depois de uma maratona, como trabalho afincadamente para uma prova não oficial no Alentejo. Nunca deixo ninguém para trás, inclusive onde nasci, Faro, freguesia da Sé…. Brincadeirinha… Não é por estar a A-do-Neves em causa que vou deixar de dizer que adoro o Algarve, a minha região natal. Mas vá, e sem tirar os holofotes do que está em causa, e como disse antes, a A-do-Neves nunca mais vai sair do mapa!!!
Não queria escrever muito, mas então…
Clube Atletismo de Lamas…
Ficou registado em vídeos, fotos, publicações, etc, etc. Mas nem que eu queira, consigo explicar a gratidão que sinto. Um ano até podia ter explicação, agora dois anos, com mais gente ainda… Não faço ideia se vai ou não haver 4ª edição, mas ninguém consegue apagar da história estas duas últimas edições. Isto já ninguém me tira. Quase cem pessoas fazerem mil kms num dia, dois anos seguidos… De certeza que deve haver parecido, isso pouco interessa, mas diz muito, ou diz tudo, de eu fazer parte desta família. Jamais conseguirei agradecer. Não tenho palavras, foi o que aconteceu ao almoço pré prova, é o mesmo agora, não tenho palavras… Eles são mesmo os maiores, mas de longe!!!
Fica um agradecimento pessoal a todas as pessoas que participaram, de forma direta ou indireta. De certeza que, se for possível, entre todos, vamos fazer outra edição. Muito, muito, muito obrigado!
…Já ando a espalhar panfletos mais a sul… Raios me partam se no próximo ano não temos mais pessoas do Algarve!!!
Boas corridas!
É um gosto enorme participar nesta "nossa" festa … espero que para o ano possamos voltar :)
ResponderEliminarE se for preciso uns quantos calenses pedir a nacionalidade algarvia para teres mais algarvios no evento, acho que se resolve - com mais uma garrafita de medronho vais ver que até os mais resilientes à mudança passam a algarvias num piscar de olhos :)
Grande Abraço Luis
Carlos, quando o homem chegou à lua, estava lá um Algarvio a vender figos… Eu faço parte duma “espécie”… Vá, se calhar é por isso que se damos tão bem!!!
EliminarO pessoal da terra , como foi o segundo ano, ainda estiveram mais atentos ao nosso pessoal aí de cima. Ficaram ainda mais rendidos. Não se percebe?!?
Um grande obrigado por tudo. E também espero que seja possível voltarem, mas à parte disso, já fazem parte da aldeia, para sempre. A isso chama-se história. É o dia que antecede ao presente.
Forte abraço Carlos!